terça-feira, 8 de janeiro de 2013

"um pouco cansada de mim, de não caber em mim, de ser demais pra mim. quem sabe se me deixo mais um pouco pelo caminho, e outro tanto me escondo, fico mais leve e alivio o sufoco..."

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sorriso



Com toda delicadeza, afasta do meu rosto o meu cabelo, tão bagunçado quanto a cama em que estamos. Me olha com esse olhar verde e sorri esse sorriso perfeito que tu tens. Me pergunta de novo se eu estou feliz. E eu sorrio de volta e penso se tu ainda tem alguma dúvida disso. E balanço a cabeça. SIM. Fecho os olhos pra te ouvir dizer que também está. Pra saborear o momento. Pra me permitir acreditar que a vida pode ser assim tão boa. Pra sentir tua respiração assim, tão perto da minha. Pra me enroscar em ti e sentir o calor da tua pele e teu cheiro tão bom. Pra, mais uma vez, me perder em ti, em nós, enlouquecer e perder a noção da hora e não saber se é manhã ou tarde. Pra esquecer que existe vida além desse mundinho tão nosso em que temos vivido. Eu não sei porquê, nem de onde, nem até quando. Só sei que quando tu me dá teu sorriso mais lindo, me faz sorrir meu sorriso mais sincero.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Criança

Sabe mamis, hoje eu queria muito te mandar uma mensagem dizendo que não tô a fim de ser adulta hoje. Que não queria ter vindo trabalhar, nem passar rímel e batom pra ficar apresentável. Não queria me preocupar com o dinheiro e fazer supermercado. Não queria ir pra academia, porque os 30 chegaram e eu preciso me cuidar. Não queria ter de varrer a casa, nem lavar roupa ou fazer a janta. Que hoje eu não queria que tu e o pai morassem longe, assim como há alguns anos não queria ter parecido forte no dia que vocês foram embora e eu fiquei sem saber o que fazer sozinha em casa. Mas eu fiquei ali sem derramar uma lágrima até vocês entrarem no carro e irem. Porque tu também sempre foi forte.
Hoje eu não queria anticoncepcional, remédio pra tireoide ou psicóloga, nem café preto que só podia na casa da vó escondido do pai. Não queria creme ao redor dos olhos de manhã e à noite porque minha pele já não é mais a mesma.
Dispensaria hoje, me virar sozinha na cozinha, tomar a taça de vinho depois da janta, dormir tarde demais, ter o quarto que era de vocês só pra mim. 
Por hoje apenas, que gostaria de ser outra vez a magrela mal humorada, chegar da aula, tomar café com pão de casa, cedo da noite, ao invés de jantar. Só agora eu queria ser tua filhotinha e te ter bem perto, e ouvir o pai dizer "enche a boca e fica quieta", porque, sabe né, eu sempre falei demais e na hora da janta era hora do noticiário. Eu queria escorregar no barranco da frente da casa então nova e ficar podre de sujeira, queria as cócegas do pai e brincar com o mano no quartinho da bagunça e dividir o quarto de dormir com ele também pra fazer guerrinha com os ursinhos de pelúcia. Ganhar boa noite e "Deus te abençoe" de vocês dois,  na cama já, lá pelas 21h porque isso já era hora de criança dormir.
É uma coisa boba e eu sei que é só por hoje. Então não mandei a mensagem. Sabe né, pra não preocupar. Mas é que justo hoje me deu uma saudade absurda de ser criança e não ser responsável por ninguém. Ser só a filhotinha querida de vocês.

Amanhã, eu sei, já acordo de boa sendo adulta de novo.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Doidas varridas



As mulheres são loucas. Não, não foi nenhum homem que disse isso. Fui eu mesma, tão mulher quanto qualquer outra, que cheguei a essa triste conclusão. Qualquer um que teime em dizer isso tem sua parcela de razão. 
#todassurta.
Corremos como loucas atrás do amor, buscamos cada sinal dele na vida. Quando aparece, nos apegamos com unhas e dentes, ou ao menos achamos que é isso que estamos fazendo. Achamos porque, na verdade, não queremos o que isso acarreta. Sim mulherada, NÓS TEMOS MEDO DE COMPROMISSO! E até que caia a sua ficha e você aceite isso, a tendência é continuar fazendo o errado achando que está certo pra depois ficar pensando onde foi que a coisa esculhambou de vez. De tanto querer aproximar, acaba afastando. Isso porque mulher aguenta a dor. Já acostumou. É mais fácil lidar com a decepção do que com a felicidade. O que é bom dá um medo danado. Bota medo nisso! E enquanto você não se toca segue assim, se sabotando.
Nós somos sim eternas insatisfeitas. Piramos se o outro não parece dominado por nós, nos respirando, adorando. Mas não queremos grude nem ser controladas. Oooooiii bunitas! Nós queremos ser tratadas como deusas mas fazemos todas as cagadas que qualquer ser humano faz. Afinal, não somos nada além disso. Pode descer do altar, fica só no salto que já tá bom, ok? Pé no chão, se possível, é melhor ainda. Ao menos nesse caso.
E o sentimento de culpa em relação ao mundo inteiro? Acho que mulher nasce com isso . Tipo sexto sentido ou instinto materno (e olha que esse algumas até não tem!). Tipo, a gente quer abraçar o mundo com as pernas, e isso não dá, povo! Não tem aquela coisa de "é que nem coração de mãe" Aliás, coração de mãe também não é pra ser confundido com a casa da mãe Joana (frasezinha estranha essa) e achar que dá pra zuar assim, ó! Aí se culpa por não ser A melhor dona de casa, mãe e esposa, ou por não estar sempre linda e gostosa, ou por, um dia na vida, ir trabalhar emburrada porque tudo que queria era dormir até o meio dia em plena quarta-feira. Nos empenhamos em papéis que, muitas vezes, nunca nos foram exigidos por quem está ao nosso lado, e depois acabamos por jogar na cara do coitado ou de quem mais estiver na reta, que ficam ali sem entender nada, o quanto fizemos, nos dedicamos, blá blá blá e tudo acaba em lágrimas, xingamentos e mais uma coisinha pra não esquecer e quem sabe, reciclar na próxima briga. Mulher não esquece. Só coloca em arquivo morto, no máximo, pra poder recuperar um dia. Ao menos a maioria.
Aliás, sabiam que somos nós que estragamos os homens da nossa vida, os da família e os que estão ao nosso lado por livre escolha? Reflexos do nosso comportamento. 
Exigimos direitos iguais. Certo. Mas daí que a mulherada esqueceu de acrescentar que as gentilezas poderiam continuar existindo para com o sexo feminino. Agora vai lá, reclama que os homens são uns grossos. Culpa nossa. Nos tornamos tão independentes que hoje quem abre a porta pra eles somos nós. 
Gente, não pensem que sou machista. Não sou. Longe disso. Sou uma mulher que, como a maioria, trabalha, paga suas contas, exerce o direito de ir e vir, cuida da casa (com boa dose de neura, aliás), tem amigos, tem vida própria, com vícios e manias, mas também com muito amor. E foi pensando em preservar todo esse amor, o próprio (especialmente), o que sinto pelo meu namorado que é o homem que quero para andar ao lado sempre,  e pelos homens da minha família, o que é muito amor mesmo, que me peguei nos últimos tempos refletindo sobre isso. Comecei com a primeira frase lá em cima há uns bons meses e vim remoendo. Juntando tudo o que observei sobre mim e sobre as mulheres com quem convivo e que conheço bem, cheguei a conclusão de que todas somos um pouco piradas. Isso não nos faz melhores nem piores, apenas reais. E gente, mulher real é o que há. Desde que tenhamos a grandeza de admitir o quão imperfeitas (e ainda assim, maravilhosas) podemos ser.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

:):


I guess my psychiatrist was right.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Incontida

Por vezes é difícil conter o que me passa no coração. Porque sou humana e amo. Amo e sinto como não pensei ser possível. É difícil conter as palavras e os atos pois não caibo em mim. Sou além das minhas fronteiras. Me espalho pela volta. Explodo minha felicidade e meus sorrisos por aí. Quero estar em todo lugar. E quero estar em ti. Por baixo da tua pele. Nos teus pensamentos. Quero meu cheiro te arrebatando sem querer no meio do dia e te deixando com saudades. Quero meu riso na tua memória assim como a lembrança do teu me faz rir também. Quero que nossos momentos bons te façam, vez ou outra, tirar os pés do chão e flutuar um pouquinho. Quero que a saudade dos nossos corpos enroscados te tome com urgência. Me descobri assim. Intensa. Demais. Tento atar essa pessoa aqui dentro de mim. Ser mais dura, mais racional, sentir menos. Nem sempre dá. Não sou feita de sorrisos contidos, volumes moderados, gestos travados, lágrimas engolidas. Sou inteira e me dou inteira. E não funciono com frações. Isso deixo pra quando a vida me exige longe do particular. Onde há carinho, amor, amizade, sou emoção. E é o que há de mais verdadeiro em mim. Tudo entregue em cada sorriso pra ti.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Noite Longe


Esse vento lá fora me perturba o sono e me faz esticar os braços no vazio dessa cama enorme, procurando o teu calor. Uma noite longe parece um castigo. Longe do teu cheiro, do teu toque. Longe da satisfação dos meus desejos. Distante do que acalma meu coração e tranquiliza minha mente. Lembrar do teu toque arrepia. Lembrar de ti em mim, incendeia.
Juntos temos um cheiro nosso. A mistura de nossas peles, das nossas essências, do meu arrepio no teu calor. Choque do teu mar no meu céu. Da cumplicidade desse azul e desse verde no nosso olhar. A ausência de palavras, mas elas não fazem falta. O despudor que não envergonha. Abuso concedido e desejado. Intimidade máxima de confiar, além do corpo, também o sono a quem se ama.
Te tenho amor, paixão e desejo. É só uma noite longe. Desejando sempre estar perto.