segunda-feira, 21 de março de 2011

Vai




Acordei de um sono sobressaltado e olhei tuas costas perfeitas viradas pra mim no pouco escuro do meu quarto aquela hora da manhã. Teu cabelo de anjo no travesseiro. Sentei na cama no impulso de te acordar e, sem nem te dar tempo de pensar, pedir por favor, vai embora, não posso mais, não faz isso comigo. Não dorme mais abraçado comigo. Não toma do café que eu passar mais fraco porque tu não gosta forte demais. Não me dá beijo de bom dia quando a gente acordar e já for de tarde. Não fica pro almoço que eu fizer pra nós e que tu vai querer ajudar a fazer porque tu gosta de cozinhar tanto quanto eu. Não me deixa achar que isso é real, se na verdade não é.
Contrariando o desespero que me mandava fazer tudo isso, fiquei mais um pouco sentada, abraçando os joelhos e te acariciando com os olhos. As costas e ombros perfeitos, dos quais já sei os pontos fracos e que são caminhos pra minhas unhas nas horas de desejo. Então levantei quieta, tomei banho, coloquei o perfume que tu gosta e passei o café. Te ouvi levantar, ganhei beijo, tomei café conversando contigo, decidi o almoço. Tudo parecendo meio nebuloso ainda, minha tristeza e meu carinho andando juntos e me amparando, cada um de um lado me mantendo de pé. 
Teu sorriso lindo e beijo doce me dizendo que estava na hora de ir embora. E eu me perguntando por que não te mandei ir, antes que tu decidisse, mais uma vez me deixar.

domingo, 20 de março de 2011

Tem uma camisa em cima da cama e um cheiro nos travesseiros que estão me perturbando. Quando for embora, leva contigo todos os teus vestígios. 
Não aguento esses pequenos pedaços teus me lembrando que nunca te tenho por inteiro.

sábado, 19 de março de 2011

Melhor


Não sou egoísta. Apenas me dou prioridade.
Não sou volúvel. Me dou o direito de mudar.
Não estou mais velha. Amadureci.
Não sou porralouca. Sei curtir uma festa pela festa.
Não sou amiga de todo mundo. Conheço muita gente.
Não gosto de todos que conheço. Amo os que são meus amigos.
Não confio cegamente. Mas ainda acredito nas pessoas.
Não sei ser sexy. Mas sou sexual.
Não sou burra. Mas não sei pagar de intelectual.
Não sou intolerante. Só sei o que não me serve.
Não sou promíscua. Mas não renego meus desejos.
Não digo nunca. E sei que o pra sempre acaba.
Não faço mais nem 5 minutos de academia. Amo dançar horas a fio.
Não sei bem o que quero. Tenho certeza do que não quero mais.
Não digo que odeio. Declaro meus amores.
Não acredito em milagres. Mas anjos existem.
Não sou sozinha. Respeito a necessidade de solidão.
Não sei ser mandada. Respeito algumas regras.
Não sei ser controlada. Sei respeitar limites.
Não sou estilosa. Aprendi o que me cai bem.
Não sei perdoar com facilidade. Mas acredito em segundas chances.
Não sou nem de longe perfeita. Aceito meus defeitos.
Não sou hoje outra pessoa. Sou, apenas, melhor comigo mesma.