sexta-feira, 23 de março de 2012

Doidas varridas



As mulheres são loucas. Não, não foi nenhum homem que disse isso. Fui eu mesma, tão mulher quanto qualquer outra, que cheguei a essa triste conclusão. Qualquer um que teime em dizer isso tem sua parcela de razão. 
#todassurta.
Corremos como loucas atrás do amor, buscamos cada sinal dele na vida. Quando aparece, nos apegamos com unhas e dentes, ou ao menos achamos que é isso que estamos fazendo. Achamos porque, na verdade, não queremos o que isso acarreta. Sim mulherada, NÓS TEMOS MEDO DE COMPROMISSO! E até que caia a sua ficha e você aceite isso, a tendência é continuar fazendo o errado achando que está certo pra depois ficar pensando onde foi que a coisa esculhambou de vez. De tanto querer aproximar, acaba afastando. Isso porque mulher aguenta a dor. Já acostumou. É mais fácil lidar com a decepção do que com a felicidade. O que é bom dá um medo danado. Bota medo nisso! E enquanto você não se toca segue assim, se sabotando.
Nós somos sim eternas insatisfeitas. Piramos se o outro não parece dominado por nós, nos respirando, adorando. Mas não queremos grude nem ser controladas. Oooooiii bunitas! Nós queremos ser tratadas como deusas mas fazemos todas as cagadas que qualquer ser humano faz. Afinal, não somos nada além disso. Pode descer do altar, fica só no salto que já tá bom, ok? Pé no chão, se possível, é melhor ainda. Ao menos nesse caso.
E o sentimento de culpa em relação ao mundo inteiro? Acho que mulher nasce com isso . Tipo sexto sentido ou instinto materno (e olha que esse algumas até não tem!). Tipo, a gente quer abraçar o mundo com as pernas, e isso não dá, povo! Não tem aquela coisa de "é que nem coração de mãe" Aliás, coração de mãe também não é pra ser confundido com a casa da mãe Joana (frasezinha estranha essa) e achar que dá pra zuar assim, ó! Aí se culpa por não ser A melhor dona de casa, mãe e esposa, ou por não estar sempre linda e gostosa, ou por, um dia na vida, ir trabalhar emburrada porque tudo que queria era dormir até o meio dia em plena quarta-feira. Nos empenhamos em papéis que, muitas vezes, nunca nos foram exigidos por quem está ao nosso lado, e depois acabamos por jogar na cara do coitado ou de quem mais estiver na reta, que ficam ali sem entender nada, o quanto fizemos, nos dedicamos, blá blá blá e tudo acaba em lágrimas, xingamentos e mais uma coisinha pra não esquecer e quem sabe, reciclar na próxima briga. Mulher não esquece. Só coloca em arquivo morto, no máximo, pra poder recuperar um dia. Ao menos a maioria.
Aliás, sabiam que somos nós que estragamos os homens da nossa vida, os da família e os que estão ao nosso lado por livre escolha? Reflexos do nosso comportamento. 
Exigimos direitos iguais. Certo. Mas daí que a mulherada esqueceu de acrescentar que as gentilezas poderiam continuar existindo para com o sexo feminino. Agora vai lá, reclama que os homens são uns grossos. Culpa nossa. Nos tornamos tão independentes que hoje quem abre a porta pra eles somos nós. 
Gente, não pensem que sou machista. Não sou. Longe disso. Sou uma mulher que, como a maioria, trabalha, paga suas contas, exerce o direito de ir e vir, cuida da casa (com boa dose de neura, aliás), tem amigos, tem vida própria, com vícios e manias, mas também com muito amor. E foi pensando em preservar todo esse amor, o próprio (especialmente), o que sinto pelo meu namorado que é o homem que quero para andar ao lado sempre,  e pelos homens da minha família, o que é muito amor mesmo, que me peguei nos últimos tempos refletindo sobre isso. Comecei com a primeira frase lá em cima há uns bons meses e vim remoendo. Juntando tudo o que observei sobre mim e sobre as mulheres com quem convivo e que conheço bem, cheguei a conclusão de que todas somos um pouco piradas. Isso não nos faz melhores nem piores, apenas reais. E gente, mulher real é o que há. Desde que tenhamos a grandeza de admitir o quão imperfeitas (e ainda assim, maravilhosas) podemos ser.

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