segunda-feira, 21 de março de 2011

Vai




Acordei de um sono sobressaltado e olhei tuas costas perfeitas viradas pra mim no pouco escuro do meu quarto aquela hora da manhã. Teu cabelo de anjo no travesseiro. Sentei na cama no impulso de te acordar e, sem nem te dar tempo de pensar, pedir por favor, vai embora, não posso mais, não faz isso comigo. Não dorme mais abraçado comigo. Não toma do café que eu passar mais fraco porque tu não gosta forte demais. Não me dá beijo de bom dia quando a gente acordar e já for de tarde. Não fica pro almoço que eu fizer pra nós e que tu vai querer ajudar a fazer porque tu gosta de cozinhar tanto quanto eu. Não me deixa achar que isso é real, se na verdade não é.
Contrariando o desespero que me mandava fazer tudo isso, fiquei mais um pouco sentada, abraçando os joelhos e te acariciando com os olhos. As costas e ombros perfeitos, dos quais já sei os pontos fracos e que são caminhos pra minhas unhas nas horas de desejo. Então levantei quieta, tomei banho, coloquei o perfume que tu gosta e passei o café. Te ouvi levantar, ganhei beijo, tomei café conversando contigo, decidi o almoço. Tudo parecendo meio nebuloso ainda, minha tristeza e meu carinho andando juntos e me amparando, cada um de um lado me mantendo de pé. 
Teu sorriso lindo e beijo doce me dizendo que estava na hora de ir embora. E eu me perguntando por que não te mandei ir, antes que tu decidisse, mais uma vez me deixar.

Um comentário:

André Scheid disse...

"Eu queria ser uma abelha pra pousar na tua flor, haja amor, haja amor..." O "paxão" hein Cris?!
hahahahahhahahahahahaha
Belo texto!!!
Beijão! Boa semana!