segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Chuva


O vidro embaçado do ônibus não deixa ver direito as ruas molhadas, a chuva que não  pára e deixa a cidade toda cinza. Ônibus com ar condicionado... menos mal voltar do serviço assim, já que está esse mormaço. Fone no ouvido. Música pra distrair a cabeça. Desce, corre um pouquinho, aproveita a sinaleira fechada. Na estação, pessoas saindo e entrando, caminhando de cabeça baixa, burburinhos e confusões. Um casal se beijando num canto. Ela vai, e ele fica. Uma mãe tentando impedir que o filhinho corra. Cuidado na multidão. Rostos cansados. O trem corre. Na beira do rio, navios, mais chuva, melancolia. Sono. Cochilo. Fim da linha. A chuva não dá trégua. Fones ainda no ouvido, agora uma música que dá saudade. Banho de chuva. Vai, lava a alma, purifica a mente, molha o rosto, encharca o coração.

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